Parkinson pode começar no intestino, não no cérebro

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Por Laiali Chaar

Um novo estudo mostrou que a microbiota do intestino pode interferir na progressão dos sintomas motores da doença de Parkinson.

ImageJ=1.48vFonte da Imagem: Mazmanian S, 2016. Microbiota do intestino ativa micróglia em verde que causa neuroinflamação característica do Parkinson

         Notícia da semana: Parkinson pode começar no intestino, não no cérebro. Um novo estudo mostrou a relação entre a perda das capacidades motoras no Parkinson e alterações nas populações de bactérias no intestino. Neurocientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia publicaram essa descoberta na revista científica Cell, uma das melhores do mundo.

     Essa suspeita começou em 2015 quando um estudo mostrou que a constipação intestinal é mais comum em pessoas com sintomas motores e diagnóstico de Parkinson 10 anos depois do que em pessoas sem a doença.

        O intestino é lar permanente de uma comunidade diversificada de bactérias benéficas e prejudiciais ao organismo conhecida como microbiota, importante para o desenvolvimento e função do sistema nervoso e sistema imune.

        Os neurocientistas utilizaram camundongos com sintomas de Parkinson e um grupo especial deles criados em um ambiente especial totalmente estéril que por isso não tinham bactérias no intestino. Os animais com Parkinson e microbiota corriam e subiam em postes pior que camundongos com Parkinson sem bactérias no intestino. Além disso, o tratamento com antibiótico também melhorou os sintomas motores de Parkinson. E o transplante de bactérias do intestino de humanos com Parkinson piorou os sintomas motores dos camundongos com Parkinson, sem alteração se fossem transplantadas bactérias do intestino de humanos sem a doença. Isso mostra uma comunicação entre o intestino e o cérebro.

      Esse trabalho é importante para o futuro de estudos do tratamento do Parkinson, que afeta 200 mil pessoas no Brasil. Vamos torcer!

Para saber mais:

Instituto de tecnologia da Califórnia

Sampson TR, Debelius JW, Thron T, Janssen S, Shastri GG, Ilhan ZE, Challis C, Schretter CE, Rocha S, Gradinaru V, Chesselet MF, Keshavarzian A, Shannon KM, Krajmalnik-Brown R, Wittung-Stafshede P, Knight R, Mazmanian SK. Gut Microbiota Regulate Motor Deficits and Neuroinflammation in a Model of Parkinson’s Disease. Cell, v. 1;167(6), p. 1469-1480, 2016.

Schrag A, Horsfall L, Walters K, Noyce A, Petersen I. Prediagnostic presentations of Parkinson’s disease in primary care: a case-control study. Lancet Neurol., v.14(1), p.57-64, 2015.

Leung K, Thuret S. Gut Microbiota: A Modulator of Brain Plasticity and Cognitive Function in Ageing. Healthcare (Basel), v. 29; p. 898-916, 2015.

Lori Dajose. Parkinson’s Disease Linked to Microbiome, 2016.

Vídeo: Caltech Researchers Link Parkinson’s Disease to Gut Bacteria. 

Hawkes CH, Del Tredici K, Braak H. A timeline for Parkinson’s disease. Parkinsonism Relat Disord, v. 16; p. 79–84, 2010.

Walter U, Kleinschmidt S, Rimmele F, et al. Potential impact of self-perceived prodromal symptoms on the early diagnosis of Parkinson’s disease. J Neurol, v. 260; p. 3077–85, 2013.

Postuma RB, Gagnon JF, Pelletier A, Montplaisir J. Prodromal autonomic symptoms and signs in Parkinson’s disease and dementia with Lewy bodies. Mov Disord, v. 28; p. 597–604, 2013.

Abbott RD, Petrovitch H, White LR, et al. Frequency of bowel movements and the future risk of Parkinson’s disease. Neurology, v. 57; p. 456–62, 2001.

Ferini-Strambi L, Oertel W, Dauvilliers Y, et al. Autonomic symptoms in idiopathic REM behavior disorder: a multicentre case-control study. J Neurol, v. 261, p. 1112–18, 2014.

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