Por que os elefantes nunca esquecem?

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   12 de Agosto foi o Dia Mundial do Elefante, por isso o site tudo sobre controle irá homenageá-los. É comum dizer que elefantes nunca se esquecem. Ou dizer que alguém tem memória de elefante. Isso é verdade? Sim, eles tem uma memória impressionante, mas a inteligência dos elefantes vai muito além da memória.  Além da impressionante memória, eles possuem uma extraordinária inteligência usada para a criatividade,  convívio social e bondade. A memória extraordinária do elefante é comprovada cientificamente.

      Há alguns exemplos de sua impressionante memória. Eles conhecem todos os membros de sua manada. São capazes de reconhecer visualmente ou pelo cheiro até 30 membros de seu grupo a distância . Isso os ajuda muito na migração ou ao se encontrar com um elefante de outra manada o que poderia resultar em uma briga.  Eles conseguem lembrar e distinguir sinais de perigo. Elefantes também tem a capacidade de voltar a locais importantes, como em um lago para beber água, muito tempo depois de sua última visita.

     Porém, sua ótima memória as vezes os prejudica. Elefantes lembram de situações em que viram outros elefantes sendo maltratados ou mortos por humanos e acabam ficando com stress pós-traumático e sofrendo.

    Mas, a sua memória que não é relacionada com sobrevivência é a mais fascinante.  Elefantes não lembram apenas de seus companheiros da mesma manada, mas também de outras criaturas que eles tiveram contato. Em um caso relatado, dois elefantes fizeram apenas uma apresentação de circo juntos, se reencontraram 23 anos depois desta apresentação e se reconheceram. Elefantes também reconhecem outras espécies como os humanos mesmo décadas depois de terem os encontrado. Esses exemplos mostram que a memória dos elefantes vai além das respostas a um estímulo perigoso.

     Olhando para o cérebro dos elefantes nós podemos entender o porque dessa memória impressionante. Elefantes tem o maior cérebro relativo ao corpo entre os mamíferos. Apesar da sua distância de nós na cadeia evolutiva seu cérebro é muito parecido com o cérebro humano. Elefantes possuem um hipocampo e um córtex cerebral muito desenvolvidos. O hipocampo é uma área do cérebro envolvida com emoção que grava experiências importantes na memória. O córtex cerebral é uma área do cérebro que auxilia na resolução de problemas. Eles são capazes de resolver problemas  como pegar uma fruta no topo de uma árvore utilizando um graveto em conjunto com outro elefante. Elefantes também tem noção de aritmética, como o número de frutas. Por exemplo, se alguém tirar algumas frutas de um cesto de frutas ele ira perceber que há menos frutas no cesto.

     A combinação de memória com resolução de problemas pode explicar muito sobre sua inteligência. Mas, não pode explicar outros fatos intrigantes sobre sua vida. Elefantes se comunicam usando sinais do corpo e vocalizações que podem ser ouvidas por outros elefantes à vários km de distância. Seus sons tem gramática e sintaxe. Esse senso de linguagem nos elefantes é muito fascinante. Elefantes também podem criar arte escolhendo cuidadosamente cores de tinta e elementos. Além disso, eles reconhecem 12 tons de música e são capazes de recriar melodias. E sim, existe uma banda de elefantes.

      Mas o mais fascinante tipo de inteligência dos elefantes é sua empatia, altruísmo e senso de justiça. O elefante é o único animal, além do humano, que faz rituais  para homenagear seus mortos. Certa vez, um elefante trabalhando em uma empresa madeireira não obedeceu seu cuidador humano que queria que ele colocasse um tronco em cima de um local onde havia um cachorro dormindo, mostrando seu senso de ética e cuidado com os outros.  Já houve relatos de elefantes que cuidaram cuidaram de outros animais e também de humanos doentes ou embriagados que encontraram.  Por outro lado, manadas de elefantes podem atacar aldeias ou cidades depois de algum homem da cidade ter matado algum elefante da manada deles sugerindo senso de justiça e vingança.

    Considerando todas essas evidências junto com o fato deles serem uma das poucas espécies que conseguem se reconhecer olhando para um espelho fica difícil escapar da conclusão que eles são inteligentes e emocionais. Infelizmente, o tratamento dos humanos com os elefantes não é reciproco. Eles continuam sofrendo com a destruição do seu habitat na Ásia, a caça para retirar o marfim de sua presas na África e mal tratos no cativeiro no mundo todo.

    E até o poeta inglês John Donne já os observou em 1600 e escreveu: “obra-prima da natureza, um elefante: a única coisa que é grande e inofensiva”.

Esse texto foi baseado em Ted Talks  2015 de Alex Gendler.

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